Como as redes sociais influenciam o Feminismo

O acesso à informação e a grande interatividade nas redes desencadeou no aumento da visibilidade de causas importantes, como por exemplo o movimento feminista. 

 

Mas afinal, o que é o Feminismo?

Até hoje, muitas pessoas têm uma concepção errada do termo “Feminismo” e de tudo que ele representa. Afinal, não é sobre colocar Mulheres x Homens e incentivar sua competitividade, tampouco é o contrário de machismo, mas sim sobre lutar por equidade de gênero, assim como a salarial, entre outros. 

Pode-se dizer que as redes sociais contribuem para que cada vez mais mulheres estejam cientes do assunto e lutem pelos seus direitos. Assim como o surgimento de diversos conteúdos que abordam e dão mais visibilidade para o movimento feminista, as hashtags “#MeToo, #VamosJuntas, #ChegadeFiuFiu, #DeixaElaTrabalhar, #MeuAmigoSecreto e #AgoraÉQueSãoElas” são um grande exemplo de algumas das ações já feitas no Instagram lideradas por mulheres, marcas e influenciadoras.

 

Visibilidade ao Movimento

A internet vem contribuindo para o crescimento dos movimentos sociais. E com o movimento feminista não seria diferente. Com a o aumento do acesso à internet, algumas pautas finalmente puderam ser colocadas em questão, abrindo um leque de opções de discussões sobre cada assunto. 

Segundo a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), realizada em 2018 pelo IBGE ( Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), as mulheres usam mais a internet no Brasil que os homens. Essa pesquisa aponta que do total de pessoas que acessam a internet 74,5% são mulheres, uma das ferramentas que pode explicar a visibilidade para as pautas feministas na web. 

Com o acesso estendido e a multiplicidade de conteúdos oferecidos na internet, ficou mais fácil entender e trabalhar o feminismo na rede. A produção de conteúdo e de conhecimento que levam ao debate sobre o assunto, trouxe às mulheres um universo de informação e de fortalecimento das suas necessidades. Com isso, várias youtubers, digitais influencers, artistas entre outras figuras públicas ganharam visibilidade e puderam desenvolver ainda mais o movimento. 

 

A importância do movimento nas redes sociais:

O poder do feminismo nas redes é grande e apresenta diversas opções e perspectivas diferentes sobre o movimento. São sites, blogs, coletivos, grupos abertos e fechados onde mulheres se reúnem para discutir, analisar, construir e promover ações capazes de trazer ainda mais relevância a assuntos tão pertinentes e necessários nos dias de hoje.

Possibilitar o acesso a informações que antes eram restritas e pertencentes apenas a pequenos grupos, fez com que o movimento feminista ganhasse reconhecimento, e assim  pautas que há anos eram debatidas fora da internet ganharam visibilidade. 

Assuntos como o machismo estrutural, legalização do aborto, o poder do voto feminino, sexismo e principalmente a misoginia e a violência sofridas diariamente por mulheres no mundo todo ganharam voz, e com isso, trouxeram mais força e conscientização sobre o movimento, aumentando o debate e a perspectivas de muitas mulheres sobre os mais diversos temas. 

 

A Importância do Empoderamento:

Com o aumento da Globalização, as redes sociais acabam ganhando ainda mais poder e são um importante complemento voltado à informação e visibilidade. Com isso, o empoderamento torna-se cada vez mais presente entre os usuários nas redes, visto que os mesmos estão cada vez mais antenados sobre tudo que acontece no mundo. 

O ato de empoderar é considerado uma atitude social que consiste na conscientização dos variados grupos sociais, principalmente as minorias, sobre a importância do seu posicionamento e visibilidade como meio para lutar por seus direitos. Um dos temas mais discutidos é o empoderamento feminino, que nada mais é do que a conscientização das mulheres no ato de reivindicar por equidade de direitos entre os gêneros, e assim contribuir para que possam também diminuir os índices de feminicídio e violência. Mulheres empoderadas são capazes de transformar suas próprias vidas assim como colaborar para uma sociedade mais justa e saudável.

Em 2010, a ONU (Organização das Nações Unidas) publicou uma cartilha com os sete princípios de empoderamento das mulheres no intuito de orientar empresas sobre como promover a igualdade de gêneros no ambiente corporativo e social. Só no ano de 2017, a empresa informou que 33 empresas brasileiras ou com atuação no Brasil assinaram os Princípios de Empoderamento das Mulheres, tornando então público o seu compromisso com a igualdade de gênero e entrando para uma rede de compartilhamento de informações sobre boas práticas adotadas em outros países. Atualmente, já são mais de 150 empresas signatárias no país.

Já na publicidade, o movimento de empoderamento feminino está em constante processo de construção, mas ainda precisa evoluir (e muito). Visando conquistar o público feminino, uma boa parte das marcas já começaram a reformular seu posicionamento e valores no mercado em prol da equidade de gêneros, transformando então seus meios de comunicação. 

A tecnologia têm um grande papel e impacto direto em nossas vidas, sejam eles positivos ou negativos. Segundo um estudo feito pelo “Pew Research Center”, as mulheres têm duas vezes mais chances de sofrerem assédio sexual do que os homens no ambiente online, e mais da metade das mulheres entre 18 e 29 anos já relatou ter recebido imagens com conteúdo sexual explícito sem consentimento. Visando ajudar as mulheres a se protegerem tanto na internet quanto pessoalmente e empoderá-las para que naveguem na web sem medo, o site “vpnMentor” desenvolveu o “Guia de Empoderamento para a segurança das mulheres na Internet”.

 

Conheça 5 influenciadoras que estão contribuindo para o movimento feminista na Internet

A influência nas redes sociais é um dos meios da internet com maior peso nos dias de hoje. Os “digitais Influencers”, são pessoas que através de seus perfis e canais, movimentam o que está acontecendo no mundo, e ditam mudanças no comportamento de milhares de pessoas.

O movimento feminista já possui suas influenciadoras, que através de discussões em perfis sociais como o Facebook e o Instagram ou em seus canais no Youtube trazem de maneira bem didática e até com alguma pegada de humor, os principais assuntos da militância. Por isso, separamos aqui 5 influenciadoras para você conhecer:

 

1 – Julia Tolenzano (Jout Jout)

 
 
 
 
 
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Com mais de 2 milhões de inscritos em seu canal no Youtube, “Jout Jout” como é conhecida traz os mais diversos assuntos do cotidiano brasileiro,  e principalmente feminino de maneira leve, articulada e muito bem humorada. Um dos seus vídeos mais assistidos se chama “ Não tira o batom vermelho” onde a Youtuber fala abertamente sobre o que são os relacionamentos abusivos – tão vividos por mulheres em suas relações afetivas – e como muitas vezes é difícil lidar com essa situação.

 

2 – Nátaly Neri (Afros e Afins)

 
 
 
 
 
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Dona do canal “Afros e Afins”, a jovem estudante de Ciências sociais traz para a internet pautas diretamente voltadas ao Feminismo Negro. Em seus vídeos, Natály busca trazer discussões em prol da autoestima da mulher negra. De tutoriais de moda a discussões sobre estereótipo, racismo e representatividade, a estudante mostra como é o dia a dia de uma mulher negra no Brasil e como é importante que as pautas do movimento negro se unam ao feminismo como um todo.

 

3- Maíra Medeiros – Nunca te pedi nada

 
 
 
 
 
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 Maíra tem cabelos coloridos e zero papas na língua. É assim que ela traz para o seu canal, discussões sobre padrões, relacionamentos abusivos e principalmente a “gordofobia”. Suas pautas giram em torno da desconstrução do estereótipo do “corpo perfeito”, para ajudar mulheres a aceitarem seus corpos e desmistificar que somente as mais magras são as mais belas e devem ser aceitas em nossa sociedade.

 

4-  Empodere duas mulheres (@empodereduasmulheres)

 
 
 
 
 
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O “empodere duas mulheres” é um perfil comandado pela Maynara Fanucci (@MayFanucci). Presente tanto no Instagram quanto no Facebook – onde possui mais de 1 milhão de curtidas -, o perfil traz as redes denúncias e discussões sobre as principais pautas do movimento feminista e ainda, busca ensinar o “empoderamento” da mulher através de dicas de livros, filmes, séries e de artigos sociais desenvolvido exclusivamente por outras mulheres. 

 

5 – Letticia Munniz (@letticia.munniz)

 
 
 
 
 
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Letticia é atriz e humorista que começou seu perfil e canal no youtube com o intuito de mostrar o seu trabalho. Mas seu jeito engraçado e sem pudor de tratar os assuntos do universo feminino ganhou o gosto de muitas mulheres – principalmente as mais jovens – e hoje, é um dos principais nomes do feminismo na internet. A desconstrução sobre estereótipo, relacionamentos e principalmente sobre o medo dos homens de perderem seus privilégios – o famoso patriarcado -, são uma das muitas pautas que a atriz traz para o seu dia a dia. Além disso, Lettícia faz parte de um projeto chamado “Jogue como uma garota” (@joguecomoumagarotafc) que busca trazer visibilidades e empoderamento ao Futebol feminino no Brasil. 

 

Que o dia 8 de março não seja apenas uma homenagem, mas sim um momento de reflexão e mudanças em prol da equidade entre homens e mulheres. Respeito às diferenças. E não às desigualdades.